domingo, 4 de abril de 2010

Ciclo

Gostava por momentos ver onde quer que estejas, só, sorridente, a pensar quem serei... Quem serás tu? Aquela que me fará diferente do que pareço, que me exorcizará todo o conteúdo esforçado, artroz, incoerente. A tua presença domesticar-me-á apenas para me reencontrar novamente. Far-te-ei um risco, contínuo e suave pela tua pele macia e tímida das tuas costas, mostrando a continuidade do meu pensamento, que, perdido, te encontrará embatendo e unindo-se simplesmente a ti, miúda, bonita, atraente, inocente. Gostarei de ti como a maçã da gravidade, lei que nos rege e nos lança num destino de loucura frenética em busca da perpéctua sensação dos olhos ao cruzarem-se, que movem o mundo, o universo e o infinito. Será o meu infinito, serás todas as flores do mundo, e uma só, que todas une, que todos os dias me acolhe o olhar, serpenteando pela ilusão que criaste e que me manda para o infinitésimo que é o negro...Aquele lugar especial de onde me tiraste e onde depois me acorrentaste, e engolindo a chave permitiste a minha futura epidemia, não real, só irreal, mas fria e ardente, sombria como o sol, luminosa como o fundo do mar, e o sorriso teu meu era e já não é, branco como  a noite, longínquo como oxigénio...abre-me a alma, mexe remexe, com uma silva verde, e depois... só... ergo-me, sinto as correntes, desisto, e chamo-te, uma última vez, não para te chamar, sim porque a pronuncia do teu nome me perfura o coração, e me faz esquecer as corretes, obsoletas com tal sofrimento.