terça-feira, 13 de julho de 2010

Rubrica de uma consciência

Deixando que a consciência se alastre, o meu corpo tem visto ininterruptamente estados de melancolia, exagerada como é obvio, que resultam de uma não liberdade que tomei a liberdade de adoptar. Não sendo livre livremente, o corpo nega-se à mente e causa distúrbios paradoxais na alma, o que fere constantemente a constância do meu ser. Se o tempo é relativo, o meu pensamento também o é porque depende dele, inexoravelmente. Depois da consciencialização do meu auto-conhecimento, fiquei parado à escuta de algum fio, esta terrível máquina opera, se rebente, por algum excesso de tensão, seria um mal que traria o benefício de uma pequena hecatombe psicológica, mas porquê não falar em hecatombe se eu posso reduzir o nosso espaço aos confins ínfimos da matéria? Afinal de contas ninguém levará isto a sério, um punhado de palavras mal digeridas cujo autor, para os espectadores inconsciente, mas ele próprio consciente dessa mesma consciência, desfaz uma narrativa pequena e fraca num modesto blog... Procurem não despender demasiado tempo com estes dilúvios de impotência narrativa, já que palavras leva-as o vento e cala-as o demónio. Mas mantenham-se fieis a vós, errados mas seguros, e desafiem a minha lucidez, que por pouca que se apure é insegura e instável. A verdade ninguém a percebe, ninguém inconscientemente a quer, porque além de tristeza traz solidão e um punhado de moedas, que, sem saber, falsas são.