sábado, 23 de outubro de 2010

Um acaso

Num reboliço frenético, após uma refeição de plástico servida pelo tio MacDonalds, recostei estas minhas franzinas costas ao casaco que ajeitei no encosto da cadeira quando me sentei, mas todo este pormenor, esteja o espectador atento, descreve uma posição extremamente cómoda, e que permite uma respiração pausada para ajudar nas minhas reflexões. E reflexões estas que estão a perder-se, uma vez que estando já há um tempo por aqui em auditoria interna, vou-me habituando ao clima  de confusão, sendo cada vez mais confuso o destaque para os pormenores mais interessantes. Venha de lá o primeiro, e que primeiro! Às 14:30 ainda há pessoas em busca do seu almoço, e eu a pensar que seria já o último cliente. Qual quê, isto parece um ritmo já bem entranhado nestas pessoas que tanto se queixam e tão pouca razão têm, ora muito bem, estando pobres trabalhariam ao sábado ao invés de passear os seus enormes egos pelo centro comercial. Tal dia um certo professor emite algo que em conjunto com outras apreensões, sempre me intrigou, já que nunca me assentou a carapuça. E o dito foi "vocês  não estão habituados a pensar". Não quero aqui desrespeitar ninguém obviamente, mas é possível que não tenha dito exactamente por esta ordem de palavras. As aspas, não tendo então o objectivo de delimitar algo que foi rigorosamente assim, aqui perdem essa conotação, ficando-se apenas pela ideia que tal professor imortalizou dentro do meu pensar. Mas, explicando já aqui esta política das aspas, atentem sobretudo à ideia que ele proferiu. Obviamente que como animal racional, a capacidade de pensar é inacta a cada um, não sendo portanto esta a verdadeira capacidade de pensar acima referida, sendo mais o espírito crítico, em conjunto com a pro-actividade em raciocinar. Aqui está a razão pela qual os professores preferem os alunos "aplicados", não sei se será aqui o melhor termo, mas estes demonstram uma capacidade de análise mais pessoal, com muito mais interesse, e sendo os professores pessoas, como eu, como tu e esse que está ao teu lado, são egocêntricos e definem assim os objectivos como sendo a passagem de conhecimento...o primeiro a julgar que dê um passo em frente...na minha capacidade de observação, não reconheço, a longo prazo, uma boa relação entre os "atinadinhos" e o profissionalismo, são poucos a excepção, enfim. E a razão para isto encontra-se na frase "quanto mais alto se sobe, maior é a queda". Repito o anteriormente referido sobre as aspas. Aqui nem sei quem teráinventado esta ideia, mas quem a disse, percebia do assunto. Ao longo do percurso estudantil vi muitos dos melhores sucumbir, bonito serviço então o de elevar aqueles.
Bom, mas não estou em sentido crítico e portanto vou parar com este atentado, ao bom estilo português, contra o outro. Percebi agora que deixei a minha análise ao conteúdo social deste Vasco da Gama... aliás, coitado dele se soubesse que viria a ter um centro comercial em nome dele. Às vezes a imortalidade prega destas partidas, enfim.

E agora adeus que vou eu juntar-me a esta sociedade emplastificada!
Cumprimentos anarquistas.

sábado, 9 de outubro de 2010

Uma imagem

Uma imagem apenas e um pensamento único. Que Lisboa é boa, assim o fado o determina,  e nem com todas as variações culturais que lhe rezam a alma, de várias vidas inteiras de mudança, a cidade assim se depositou ao infortúnio, completando essa sua visão de grandeza e imponência que sempre aclamou.
Mas o que é isto, estas palavras meramente juntas num sentido, talvez idiota, que é fazer escutar o acaso e o momento, o instante actual, aquilo que de mais espontâneo surge no cérebro, ou talvez, ao que um poeta, talvez desse o nome de coração. Sinceramente é apenas um pequeno momento de desprendimento com a responsabilidade, em que, com a TV ligada e depois de uns episódios de Friends, assumo com todo o fervor um estado irracional e de certa forma incoerente que este esqueleto transmite, neste ócio que nada promete.


Mas, enfim, deixando-me de analogias com um certo estilo romancista, tenho a admirar a forma como o ser humano é feito e como reage a certos estímulos. Tudo depende da história, e opções que temos que tomar, é isto... é isto que define, o que muitos intitulam com muita admiração, a felicidade. Claro que uma subjectividade assim cria logo uma crescente exaltação, e não fosse a inexistência de leitores que este meu recatado, mas presente blog, tem, já teria sido alvo de duras críticas, principalmente por aqueles que não   absorvem as palavras como eu as escrevo, mas sim como eles as lêem. Retomando mais uma vez o raciocínio, disperso, admito, mas mais que a minha mente não será, e aqui demonstro a forma como penso e como os pensamentos surgem na minha consciência... falava eu de felicidade, essa palavra tão dura que permite sempre um estado de sítio quando alguém pensa nela. Bem, aqui têm o meu LOL, lots of laugh, sim porque as palavras são aquilo que desejamos, umas vezes impossíveis, outras improváveis, outras vezes certas. E se for um rapaz a ler estas palavras (o que é difícil, claro) terá um pensamento instantâneo que é: "este tipo não está bem, fdx, que cena de gaja", que algures no seu pensamento poderia ser "isto é estranho". Isto porquê? É algo que a masculinidade tem plena dificuldade em admitir, a sua necessidade de intimidade. É verdade, eu admito-o, nem tendo consciência dessa fraqueza sou capaz de a esconder. O que pensaria uma rapariga? Pensem nisso, é algo muito mais subtil, mas não é mais verdadeiro, que ninguém pense que a minha alusão aos rapazes tenha uma conotação negativa! É no entanto diferente. Caramba... o que é que eu disse? Subjectividade!


Algo que me afecta particularmente é aquela rapariga que se deixa seduzir por algum tipo, que, na noite, até tem estilo, e é atraente, e gentil... e no dia seguinte é o pior dos homens... pffff.... básico! Utilizou de forma inconsciente a sua abordagem gentil, com uma personalidade adaptada ao momento, tentando exteriorizar aquilo que o coração da miúda quer ver... dahhh.... apenas com um único objectivo em mente: SEXO.


Bem.... aquilo que aqui expus, que na sua totalidade tem um português estúpido e banal, representa, uma pequeníssima percentagem das coisas que me passam pela cabeça. 


Escrever, tal como disse Francisco Romão, um génio, "é um acto violento".