sábado, 4 de dezembro de 2010

Imagine...

Como que a luz, artificial que aqui inunda esta sala, transmite um violento choque na minha retina, que acostumada ao escuro adormeceu de suas funções... e o pacote de belgas, vazio, morto, permanece imóvel, ali, no canto da cadeira, esperando o transporte que o deposite no saco do lixo que por destino nenhum sentido de satisfação tem. Se calhar é por isso que está parado, temendo essa cruel decisão minha, vil e desumana, mas chamar a um pacotezito de humano, algo sem importância, porque não... Poderei eu no meu discernimento caracterizar algo tão fundamentadamente está provado com sendo irracional, nem vida terá, ou pelo menos assim o afirmam, mas desculpem-me, poderei estar aqui a invocar algum sentido alquimista, tentando mudar, na minha imaginação, as leis da química. Não terei sorte, e assim o leito me aguarda para clarificar os meus sonhos...