sexta-feira, 22 de abril de 2011

O afastar...

Em toda a minha órbita, desenho imagens, guardo fotografias, de algo que nunca vivi. Mas parecem tão tangíveis na verdade, que apenas chegando à realidade, presencio o pior de todo este meu mundo.
Estou longe de mim próprio, com os braços esticados não chego à superfície, e já pouco oxigénio circula nas minhas veias. Quando o breu se aproxima, e o silencio predomina, tudo parece afastar-se cada vez mais do meu tacto, do meu alcance.
O meu templo parece desmoronar-se.
Vós que por aí andais, espero que nunca percepcioneis o mundo com estes meus olhos, que mais valia que estivessem fechados, ou cozidos, para que não traduzissem o que vêem no inferno que existe, na real escória da sociedade que Saramago retratou, e bem...
O meu tempo aqui está-se a acabar, não poderei estar mais triste pela separação, mas o mundo assim o quis, assim o desejou, e eu assim o recebo, sem lutar pois, que lutar já lutei contra mim próprio, contra os meus defeitos, e nada de bom recebi...


Espero encontrar aquilo que me fará olhar para este mundo com outra visão...
À espera permanecerei...

2 comentários:

  1. Em vez de lutares contra ti próprio, porque não tentas ser tu próprio? Não permanecerás à espera... Encontrar-te-ás, sem esperar, e os outros permanecerão à tua espera.
    Bj
    P

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